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´Não existe plano B, mas plano D, de Dilma`

30/8/2009

Após caso Lina Vieira e crise no Senado, petistas reafirmam candidatura da ministra, e oposição aposta em enfraquecimento

RUMO A 2010: ‘Como diz o governador Aécio Neves, nós não temos o direito de perder a eleição’, ressalta Guerra

BRASÍLIA. Depois de um crescimento sucessivo, a estagnação da ministra Dilma Rousseff nas pesquisas de opinião deixa setores do governo em alerta. Essa parada seria resultado da operação petista para salvar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética.

A crise foi alimentada pelas declarações da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira de que a ministra teria lhe pedido para agilizar a fiscalização sobre as empresas dos Sarney.

Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a candidatura de Dilma corre risco de não sobreviver até 2010, o que estaria levando setores do partido a buscar um plano B. A estratégia dos tucanos é tirar proveito desse momento.

— Vamos desindexar essa campanha do Lula, porque ele não é candidato. A ministra Dilma não chega lá (em 2010). É uma candidatura que já passou para a sociedade sinais de debilidade por sua arrogância, agressividade e falta de compromisso com a verdade. Como diz o governador Aécio Neves, nós não temos o direito de perder a eleição — declara Guerra.

Líderes petistas dizem que o presidente Lula e o partido vão insistir em Dilma. Mesmo porque, dizem, já é muito tarde para trocar de candidato.

— Não existe plano B, mas plano D, de Dilma — diz o candidato à presidência nacional do PT, José Eduardo Dutra.

Nos bastidores, uma opção discutida seria o deputado Antonio Palocci (PT-SP), também cotado para o governo de São Paulo. Ainda mais depois de sua absolvição pelo Supremo Tribunal Federal da acusação de ter participado da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.

Mas a troca é vista com desconfiança no PT.

— Como podemos tirar uma candidata que tem 20% das intenções de voto e colocar um com 3% e que acabou de sair de um julgamento polêmico? — pondera um dirigente do PT.

Outro fator que muda o quadro da eleição é a possibilidade da entrada na disputa, pelo PV, da senadora Marina Silva (AC).

— Não consigo ver no PT nem no presidente Lula qualquer movimento para substituir Dilma. Acredito que seria tarde demais para uma substituição — avalia o ex-governador do Acre Jorge Viana.

As dúvidas sobre a viabilidade eleitoral de Dilma teriam voltado a alimentar os planos do PSB de lançar a candidatura do deputado Ciro Gomes (CE).

— A oposição mudou de estratégia e está acertando. Percebeu que não podia ficar batendo só em Lula. Está desconstruindo a imagem do PT e começou a atacar a Dilma — diz o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

Para a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), a possibilidade de a ministra Dilma não ser candidata em 2010 é zero. Ela contesta avaliações de que Lula não fará o sucessor.

— Esse é o sonho de consumo da oposição.

O GLOBO - Adriana Vasconcelos